Fundos de Investimentos Referenciados: Segurança e Estabilidade

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Com a ampla variedade de investimentos disponíveis no mercado financeiro, muitos investidores, especialmente os que valorizam segurança e estabilidade, podem se sentir tentados a buscar produtos que prometem maiores ganhos. No entanto, essa busca por rentabilidade elevada geralmente está associada a uma maior exposição ao risco — algo que vai contra o perfil conservador.

Para esse tipo de investidor, os Fundos de Investimentos Referenciados (FR) surgem como uma alternativa interessante. Com baixo risco e estrutura regulada, esses fundos se mostram ideais para quem prioriza proteção do capital, previsibilidade de rendimento e liquidez.

Onde o Fundo Investe o Dinheiro

Os Fundos Referenciados são uma subcategoria dos fundos de renda fixa. Seu principal diferencial é a obrigatoriedade de investir, no mínimo, 95% de seu patrimônio líquido em ativos atrelados a um índice de referência (benchmark). Esse índice pode ser, por exemplo, o CDI, a taxa Selic, o IPCA ou outros indicadores amplamente utilizados no mercado.

Além disso, pelo menos 80% do patrimônio líquido do fundo deve estar aplicado em títulos públicos federais, ativos de renda fixa de baixo risco de crédito ou cotas de fundos que tenham esse perfil de alocação. Essa exigência aumenta a previsibilidade da rentabilidade e a segurança do fundo.

Os 5% restantes da carteira podem ser utilizados de forma mais livre, normalmente em operações no mercado de derivativos com o objetivo de proteger a carteira — a chamada estratégia de hedge. Importante destacar que esses fundos não realizam operações de alavancagem, ou seja, não aumentam sua exposição a risco buscando maior rentabilidade. O foco é proteger, e não arriscar.

Rentabilidade

A rentabilidade de um Fundo Referenciado está diretamente relacionada ao índice que ele busca acompanhar. Por isso, esses fundos têm como objetivo replicar o desempenho de um benchmark.

Entre os principais benchmarks utilizados, podemos citar:

  • CDI (Certificado de Depósito Interbancário) – o mais comum;
  • Taxa Selic;
  • IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo);
  • IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado);
  • PTAX (taxa média de câmbio do dólar).

A escolha do índice depende da política de investimento do fundo. Por exemplo, um Fundo Referenciado DI buscará acompanhar o CDI e será ideal para quem busca rentabilidade compatível com aplicações de renda fixa tradicionais, como o Tesouro Selic ou CDBs de grandes bancos.

Liquidez

Um dos grandes atrativos dos Fundos Referenciados é a sua liquidez diária. Isso significa que o investidor pode solicitar o resgate de suas cotas a qualquer dia útil, e o valor será creditado na conta conforme o prazo de liquidação do fundo (geralmente D+1 ou D+0).

Essa característica torna o fundo referenciado uma excelente opção para a reserva de emergência, pois combina rentabilidade estável, segurança e facilidade de resgate.

Segurança

Os Fundos Referenciados contam com uma estrutura sólida de governança e regulação. São regidos por regras estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e administrados por instituições financeiras autorizadas.

Além disso, esses fundos contam com um regulamento próprio, um regimento interno e uma política de investimentos clara. Tudo isso garante transparência e controle, minimizando os riscos de má gestão.

No entanto, é fundamental destacar que fundos de investimento não são cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Ou seja, caso o fundo venha a enfrentar problemas financeiros e “quebre”, o investidor não terá garantias de reembolso como acontece com produtos como CDBs, LCIs e LCAs. Ainda assim, o risco de um fundo referenciado entrar em colapso é bastante reduzido, dada a qualidade dos ativos e a robustez da estrutura de proteção.

Taxas e Impostos

Os Fundos Referenciados apresentam custos baixos. As taxas de carregamento, custódia, emolumentos, IOF ou corretagem geralmente são mínimas ou inexistentes, pois os ativos são comprados e mantidos até o vencimento, evitando custos com negociação frequente.

A taxa de administração tende a ser baixa, justamente pela simplicidade da gestão, já que os fundos replicam um índice e mantêm ativos conservadores.

Quanto à tributação, incidem:

Imposto de Renda (IR)

O IR sobre os FRs segue a tabela regressiva, que varia conforme o tempo que o dinheiro fica investido:

  • Até 180 dias: 22,5%
  • De 181 a 360 dias: 20%
  • De 361 a 720 dias: 17,5%
  • Acima de 720 dias: 15%

Além disso, há a incidência do mecanismo conhecido como “come-cotas”, uma antecipação do imposto de renda cobrada duas vezes ao ano: no último dia útil de maio e de novembro.

O fundo vende cotas proporcionalmente de todos os cotistas no valor correspondente a 15% dos rendimentos obtidos até aquele momento.

Exemplo prático:

  • Um investidor aplicou em um FR em abril e pediu resgate em julho do mesmo ano.
    • Em maio, já foi descontado 15% do rendimento (come-cotas).
    • Em julho, no resgate, ele pagará IR de 22,5% sobre o rendimento de junho e julho, mais 7,5% que é a diferença de 22,5% menos 15% de abril e maio (alíquota é de 22,5%, pois a aplicação tem menos de 180 dias).
  • Outro investidor que aplicou em abril de 2020 e resgatou em julho de 2023 já teve come-cotas aplicados em todas as datas entre 2020 e 2023. No momento do resgate, pagará o IR de 15% dos rendimentos de junho e julho de 2023, pois o prazo de aplicação excedeu 720 dias.

Conclusão

Os Fundos Referenciados são uma excelente alternativa para o investidor conservador que busca baixo risco, previsibilidade, liquidez diária e segurança institucional. Eles são simples de entender, acessíveis, e podem fazer parte tanto da reserva de emergência quanto da carteira de investimentos de longo prazo.

Com custos reduzidos, boa governança e exposição limitada a riscos, os FRs são ideais para quem deseja acompanhar o desempenho de um índice de referência, sem se preocupar com a volatilidade dos mercados ou com decisões de alocação mais complexas.

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